Livro x Série: Objetos Cortantes (Sharp Objects)

by - quarta-feira, setembro 05, 2018

Fazia tempo que uma série não impactava tanto.
Fazia tempo que um livro não queimava tanto.

Cortar.
Gritar.
Queimar.
Arder.
Pulsar.
Doer.
Cortar...

Assisti a série.
Li o livro.

Primeiro a série, depois o livro.
Comecei a série, comecei o livro.

Foto: Mari Martelote - Maravilhosas Descobertas
A série terminou e eu terminei o livro no dia seguinte. A linha temporal deles é bem similar, mas fazer a leitura do livro conforme os episódios vão sendo exibidos faz com que tudo fique muito real, mais perto, mais vivo.

A minha vontade é de beber com Camille,
A minha vontade é de bater em Amma,
A minha vontade é de internar Adora,
A minha vontade é de quebrar todos os vinis de Alan,
A minha vontade é de transar com Richard.

Os sentimentos são muitos, a revolta é grande.

A forma com que Adora trata as pessoas, a forma como leva a vida, como se o mundo fosse obrigado a lhe adorar incondicionalmente e infinitamente é sufocante.

A forma como Amma vive a vida, como se nada e nem ninguém fosse lhe atingir, como se fosse o centro de todo o Universo.

Transtornos.
Doenças.

Descobrir Camille é se apaixonar por Camille.
Força, coragem, vícios, inteligência e traumas, a transformam em uma personagem fascinante.

"Sabe o que estive fazendo nas últimas 24 horas?
Estive estudando você, Camille.
Estive estudando, porque você é fascinante pra cacete!
Quem é ela? O que ela esconde?
Eu estava interessado, mas acabou."



Sinopse - Livro:

Uma narrativa tensa e cheia de reviravoltas. Um livro viciante, assombroso e inesquecível.

Recém-saída de um hospital psiquiátrico, onde foi internada para tratar a tendência à automutilação que deixou seu corpo todo marcado, a repórter de um jornal sem prestígio em Chicago, Camille Preaker, tem um novo desafio pela frente. Frank Curry, o editor-chefe da publicação, pede que ela retorne à cidade onde nasceu para cobrir o caso de uma menina assassinada e outra misteriosamente desaparecida.

Desde que deixou a pequena Wind Gap, no Missouri, oito anos antes, Camille quase não falou com a mãe neurótica, o padrasto e a meia-irmã, praticamente uma desconhecida. Mas, sem recursos para se hospedar na cidade, é obrigada a ficar na casa da família e lidar com todas as reminiscências de seu passado. Entrevistando velhos conhecidos e recém-chegados a fim de aprofundar as investigações e elaborar sua matéria, a jornalista relembra a infância e a adolescência conturbadas e aos poucos desvenda os segredos de sua família, quase tão macabros quanto as cicatrizes sob suas roupas.



Resenha livro e série:

O livro estava na minha lista de "quero ler" junto com o "desejados" no Skoob há tempos, mas a leitura não estava sendo meu forte nos últimos dois anos, acho que agora encontrei meu ritmo novamente.

Quando a série estreou na HBO eu decidi que era a hora de ler o livro sobre a jornalista Camille que retorna a sua cidade para cobrir a história do assassinato de uma criança e desaparecimento de outra. A falta de animação, de vontade de voltar para casa é muito nítida desde o início, o que não fica claro são as motivações, que não demoram para serem escancaradas.

Adora, a super mãe.
Amma, a princesinha da mamãe.
Alan, o marido capacho.
Vickery, o xerife que tem medo de abrir os olhos.
Richard, o detetive que tenta provar seu valor.

Cidade pequena. Local onde todo mundo fala sobre tudo e todos. Reino da fofoca. A inveja é servida ao gosto do cliente. Wind Gap é a verdadeira cidade conservadora, o local onde para ser bem-vindo deve se seguir a risca a boa e velha: moral e bons costumes.

Quando você começa a mergulhar no universo de Wind Gap é difícil segurar o tempo e não ler de uma única vez, porque ele escorre por seu pensamento e toma conta de você.

Você quer saber logo o que acontece naquele fim de mundo.
Entender como Amma transita entre os dois mundos que criou para si e por quê?
Entender a falta de afeto de Adora e tentar entender o motivo pelo qual Alan é uma planta!

Falando do livro: ele é denso, dá pra sentir na pela as lembranças de Camille, a Gillian tem uma forma de escrever apaixonante.

Falando da série: ela é assustadoramente real, a forma com que ela mescla o presente com as lembranças da adolescência da Camille é impressionante!

Diferenças: existem claro, não são gritantes, não modificaram os fatos e nem a cronologia. Um exemplo é a história da compra do vestido para uma festa, a passagem ocorre em ambos, mas a festa em si só aparece em um deles e se torna fundamental para a narrativa.


Tem muito material sobre o livro/ série.
Pra mim, ela realmente foi de tirar o folego.
Eu ainda estou impacta com o final, de queixo caído e precisava colocar pra fora.

Deixo aqui as minhas indicações para quem quiser entender um pouco disso tudo e não se importa com spoiler.

Livro Vs Série:



Diferenças livro e série:


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