Entrevistando a Sukhoi

by - quinta-feira, dezembro 02, 2004

Entrevista: 

Essa foi a primeira turnê oficial que a banda fez, foram 6 shows em Santa Catarina e 1 no Rio Grande do Sul. Essa turnê serviu como um aprendizado pra vocês? 
Xande: Com certeza, aprendi muito, principalmente em relação ao repertório. É muito interessante perceber como as pessoas reagem a determinadas músicas em lugares diferentes. Por exemplo: Pra mim é um espanto saber que ninguém conhece "Shout" do Tears for Fears, esta música era um hino pra mim e percebi que ela nada significa para o público que tocamos. 
Nando: Sim, deu pra analisar os erros e acertos, mas com certeza, plantamos muitas sementes, e fizemos vários seguidores pro Sukhoi. 
Diego: Com certeza, serviu pra conhecer um público novo, novos lugares, pra unir ainda mais a banda e aprender a viver na estrada... 
Tarcísio: Lógico, todo show dá pra aprender alguma coisa. 

Foram mais de 15 dias fora de casa, longe da família e da vida que estão habituados. Qual foi a maior dificuldade nisso tudo? 
Xande: Tem horas que dá vontade de chorar, bate uma saudade muito forte de tudo e de todos que você ama. Mesmo estando em contato com muitas pessoas diferentes e novos amigos, me senti um pouco solitário. Quanto às dificuldades, eu não consegui me adaptar a comida. Não gosto de comer comida sem capricho, com muita gordura por muito tempo, acho que isso não traz uma energia boa para o nosso corpo. 
Nando: Pra mim foram às muitas horas de viagem de uma cidade para outra, e nos momentos em que nos sentíamos sozinhos, procurávamos conversar dando força um pro outro, isso nos fazia sentir melhor. 
Diego: De fato o mais difícil foi saudade de casa e das pessoas que aqui deixamos, mas isso é uma coisa que temos que aprender a lidar, nessa profissão infelizmente se passa muito tempo longe de casa... 
Tarcísio: Foram 17 dias, mas pode acreditar, queria mais, por mais saudades que eu tivesse de casa, eu tava muito bem, acho que estou aprendendo a lidar com saudade, afinal ela vai estar sempre na nossas vidas, esse é o caminho que escolhemos. 

A ansiedade era maior para o início da turnê ou para que ela acabasse? 
Xande: Nos dois casos, no início sempre rola aquela ansiedade, mas com o passar do tempo tem dias que você fica sem fazer nada, sem poder tocar, ensaiar, produzir, enfim fazer as coisas que você já está acostumado. Isso ocorreu principalmente durante a semana, e eu me senti um pouco inútil e improdutivo. Acho que o tempo da viagem foi certo, no final já estava ficando a fim de voltar, até porque percebemos uma coisa fundamental: nosso show tem que passar por uma reformulação para tocar na região sul. As pessoas não conhecem nossas músicas, isso é normal, mas também não conhecem os nossos covers. Diante disso, era hora de termos humildade de dar um passo para trás e organizar a casa, para que da próxima vez seja diferente. 
Nando: Chega uma hora que você fica muito cansado, mas quando chega a hora de ir embora dá vontade de fazer tudo de novo... 
Diego: A turnê foi maior que isso tudo... Mesmo com saudade eu tava na boa, ainda agüentava mais shows... Gosto de viajar e gosto ainda mais de tocar... 

Com relação ao Reação em Cadeia, como foi a receptividade da banda, e principalmente dos fãs do Reação que viram vocês tocarem depois e debaixo de muita chuva? 
Xande: Foi muito legal! Os caras são muito bons e também são gente muito boa, nos receberam de uma maneira extraordinária. Deu pra ver que são pessoas do bem, assim como nós, e pra mim isso é muito importante. No dia estava chovendo pra caralho, e nós não tivemos como tocar antes deles por uma série de questões técnicas, então o Jonathan pediu ao público que ficasse mesmo assim, e recebesse a nossa banda da mesma forma que eles recebem o REAÇÃO, achei isso muito elegante, uma atitude muito gentil e carinhosa que poucas pessoas tem. Então os fãs deles ficaram até o fim. Tocamos poucas músicas, meio correria, mas mesmo assim valeu a pena, as pessoas cantaram "Solidão a dois" e conheceram um pouco do nosso trabalho. Gostei muito daquele dia, foi tudo muito intenso, e senti que as pessoas gostaram do nosso som. 
Nando: Foi um pouco difícil, no meio do show do Reação começou a chover muito, e ficamos em dúvida se a galera ia ficar ou não, mas a galera ficou e curtiu bastante o show. Todos do Reação são muito legais, esperamos em breve uma turnê com eles. 
Diego: Foi a melhor possível. A galera da banda tratou a gente com muito carinho e respeito, eles ficaram no palco vendo o nosso show, como tocamos depois deles parecia que seria uma merda porque o publico iria embora, mas não foi o que aconteceu. Duma situação que parecia perdida se fez um grande show... Um dos melhores que já fiz tanto pela estrutura quanto pelo público e também por coisas que aconteceram antes e depois do show... Criamos grande afinidade, espero que role mais shows junto deles, até porque o som tem semelhanças... 
Tarcísio: Com relação à banda Reação... Foi de longe melhor do que eu imaginava, a galera foi realmente maravilhosa, muito amigos e fizeram o show ser o que foi, pois nos deram uma força sem igual, me senti em casa entre amigos de tempo!!! O público foi inacreditavelmente receptivo, sem palavras, nota 1000!!! 

De todos os shows, qual foi o mais difícil e por que? 
Xande: Foi o show de Nonoai, foi muito difícil porque o som estava muito ruim mesmo. Então acho que as pessoas não tiveram como entender o recado que a gente estava dando. 
Nando: Foi o de Nonoai, devido ao equipamento não estar muito bom. 
Diego: Os shows que fizemos em danceterias. Lá não era nosso publico e tivemos que nos superar pra ganhar a galera, no final o saldo acho que foi positivo, mas é difícil tocar rock num lugar onde as pessoas querem dançar... 
Tarcísio: Nonoai, pois local onde tocamos a acústica era péssima e tava tocando "Tecno" antes do show, além de não estar tão cheio, pra piorar, a fumaça tava direcionada para o público!! Era só juntar gente na frente do palco, que eles ligavam a fumaça na cara do público, e aí dispersava, apesar de ter gente que era "teimosa" e ficava lá na frente!!! 

Deixando um pouco o trabalho de lado, qual foi à cidade que mais gostaram de conhecer? 
Xande: Gostei de São Bento do Sul, Maravilha e Rio do Sul. 
Nando: Não deu pra conhecer muita coisa, pois acabava o show, e nós logo íamos embora, mais gostei de todas por onde passei. 
Diego: Na verdade não deu pra conhecer os lugares, era sempre uma correria e não ficávamos mais do que um dia na maioria das cidades... A que mais gostei foi a tive tempo de conhecer que foi Chapecó, cidade super limpa e tranquila, bem diferente do Rio... 
Tarcísio: Gostei de Chapecó, Maravilha, São Bento do Sul e Rio do Sul, a galera foi bastante receptiva, fiz alguns amigos, das outras não posso falar mal pois ficamos muito pouco tempo. 

O que pretendem mudar dessa para a próxima turnê? 
Xande: Primeiramente nosso repertório de covers, "segundamente" pretendemos dispor de uma estrutura um pouco melhor, mas isso é uma conseqüência do trabalho, e sei que não é tão simples assim, e "terceiramente" dar uma passadinha aí em Curitiba para fazer um show fodão para uma menina muito especial que mora aí! Alguém Conhece ????? 
Nando: Temos que mudar nosso repertório, pois em determinados lugares temos que colocar alguns covers a mais. 
Diego: Tem que ser ainda mais organizada, tiveram alguns problemas durante a viagem, nada que não fosse resolvido, as na próxima vez vai ser ainda melhor, viajaremos com uma estrutura melhor.
Tarcísio: Ter uma equipe maior pra ajudar a carregar as tralhas!!! Rsss... 

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