Resenha: Uma Casa No Fundo de Um Lago

by - quinta-feira, fevereiro 07, 2019

Li dois livros do Josh Malerman em janeiro, reli Bird Box - que já tinha desde 2015 - e comprei para ler Uma Casa No Fundo de Um Lago. Livro curto, de rápida leitura. Uma tarde. Esse livro é uma novela.

Por que uma novela? Porque a história contada não tem muitos personagens, além do casal os demais personagens só aparecem para compor alguns fatos secundários quando o casal não está junto. Sem contar que não existe profundidade e nem construção dos personagens como indivíduos. É uma história com um único núcleo e curta.

Foto: Divulgação - Intrínseca
Sinopse:
         James e Amélia têm dezessete anos. Em comum, além da idade, têm o fato de estarem um a fim do outro e de serem tomados pelo nervosismo quando James chama Amélia para sair. Mas tudo parece perfeito para um primeiro encontro: um passeio de canoa pelos lagos, levando um cooler cheio de sanduíches e cervejas.
         À medida que se aprofundam na exploração, os dois chegam a um lago escondido e encontram algo impressionante debaixo d'água. Um lugar perigosamente mágico: uma casa de dois andares com tudo que tem direito — móveis, um jardim, uma piscina e uma porta da frente, que está aberta.
        Enquanto, fascinados, vasculham o imóvel e tentam passar uma boa impressão para o outro, cresce o medo. Será que um local misterioso como aquele esconde alguém — ou algo — vivo? Uma coisa é certa: depois de mergulhar nos mistérios da casa no fundo do lago, a vida deles jamais voltará a ser a mesma.

No livro conhecemos James e Amélia, dois jovens de 17 anos, que tem como seu primeiro encontro um passeio no lago, mas que sem querer acham um lago diferente do planejado, esse é um lago misterioso, sem nenhum glamour, mas que lhes traz uma imensa surpresa: uma casa inteira submersa. A partir daqui começa um triangulo amoroso entre os jovens e a casa. Tudo pra eles é a casa. A vida deles é a casa. O relacionamento deles é na casa - ou sob a casa.

A premissa do casal é não revelar a descoberta a mais ninguém, além de nunca, jamais perguntar como ou por quê?

A narrativa mostra a casa em tantos detalhes que dá para realmente imaginar que estamos vendo a casa com nossos próprios olhos. A forma como os objetos aparecem desafiam a lógica? Sim, mas depois de um tempo toda essa descrição cansa e fica repetitiva. Mas afinal: como uma casa inteira foi parar no fundo de um lago? Essa é a pergunta que fica no ar.

Confesso que cheguei a ficar sem fôlego em diversos momentos, sentia a falta de poder respirar pelo fato de ver prendendo a respiração enquanto lia, em alguns momentos fui dominada pela tensão. A falta de ar se dá justamente por conta dos longos mergulhos da dupla - no início sem equipamento algum - que parecem ser longos demais, eu só me perguntava: como é que eles conseguem? Conhecer a casa e seus detalhes pelos olhos deles é realmente fascinante. A forma como o ambiente vai se revelando a cada cômodo é sempre uma nova surpresa, tem momentos de suspense e tensão, mas isso não é uma constante ao longo da narrativa. Particularmente, a todo momento eu achei que um deles não conseguiria sair do fundo do lago.

Eu amo o Josh. Ele é um cara extremamente simpático e acessível. Amo a forma como ele escreve, mas esse livro teve um final brusco e inconclusivo. Terminei a leitura com uma baita interrogação na mente. Senti falta de conhecer mais os personagens e ver como a relação deles funciona sem a casa, porque da forma como foi contada parece que realmente o relacionamento deles só existe enquanto eles tiverem a casa.

O livro em si é lindo, tem uma diagramação muito bonita a cada início de capítulo. E a capa também tem uma textura diferenciada, ela parece ser rugosa. Sabe quando você passa muito tempo na água e seus dedos ficam enrugados? A sensação de passar a mão na capa me lembra muito isso.

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